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A dissertação tem como objeto de estudo a análise discursiva da campanha de André Ventura para as eleições presidenciais de 2021, com o objetivo de verificar se no seu discurso estão presentes as características do populismo.A metodologia utilizada para a investigação foi a análise qualitativa com recurso ao programa MaxQDA dosseguintes materiais: debates presidenciais, entrevistas, a rede social Twitter, a campanha eleitoral e o discurso de André Ventura após serem conhecidos os resultados eleitorais. Para essa análise, foram criadas as seguintes categorias: povo e elite, antissistema, nacionalismo e autoritarismo. Estas categorias foram criadas tendo por base a abordagem ideacional ao populismo teorizada por Cas Mudde.A análise permitiu concluir que o discurso de André Ventura durante a campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 2021 enquadra-se nas caraterísticas do populismo apontadas por Mudde. Os materiais analisados realçaram a relação antagónica entre os “portugueses de bem” e os “outros”, comprovando a sua posição antissistema e nacionalista, tal como, os frequentes ataques aos candidatos e partidos. Elevou o discurso anti comunidades ciganas, anticorrupção, numa postura de "homem providencial" que veio para salvar Portugal dos últimos 46 anos com a constituição da IV República, cujo objetivo é afastar a esquerda do poder e todos aqueles que ele exclui. Os traços autoritários estiveram mais presentes no confronto com os seus adversários, nas suas medidas para repor a lei e ordem no pais e na campanha eleitoral. Efetivamente, os apelos ao povo salientaram-se onde existiu mais mediatismo: debates, campanha eleitoral e Twitter, já nas entrevistas elevou a sua retórica nacionalista.Tal como apontado por Mudde, os resultados da análise demonstram que os fundamentos do sistema são questionados, produzindo uma nova ordem onde uma comunidade ético-política é representada por um povo hegemónico que substitui as estruturas tradicionais da democracia, defendido por um líder populista.